Quando um ser desencarnou de uma vida e ainda não encarnou noutra, está numa dimensão conhecida por “Entre Vidas”.
É nesse espaço energético que o ser, com consciência ampliada, vai refletir sobre o que se passou na vida que acaba de terminar.
Que Karma conseguiu limpar e o que não conseguiu e se agravou.
É nessa dimensão que vai definir a próxima vida. Onde irá nascer, como irá viver, em que época, com que pais, irmãos, vizinhos. Tudo definido com detalhe para que o ser consiga reunir as condições da sua próxima jornada.
Tudo para que a aprendizagem continue.
Nesse espaço entre vidas, o ser não tem ego. Não tem restrição. Não tem dualidade.
Aí o ser está na dimensão do Uno. Está na dimensão em que, apesar de ser uma Luz autónoma, faz parte do todo.
Quando tudo está preparado para a encarnação e o ser desce, entra na dualidade. Deixa de ser Uno. Deixa de vibrar pelo amor e abundância.
Vai para uma dimensão em que os opostos se completam. O yin e o yang, o escuro e o claro, o mais e o menos, o Céu e a Terra. O mundo visível e o invisível.
E a sua tendência, por estar habituado ao Uno, é escolher uma das partes. E a sua tendência, por estar tão habituado ao amor, é escolher a parte mais fácil. Que irá levá-lo ao amor, pensa o ser.
Mas não é isso que acontece.
O ser começa a atrair uma série de circunstâncias para que entenda, de uma vez por todas, que aí em baixo terá que levar os dois em conta, e harmonizar. Terá que ouvir os dois lados e escolher.
Aí sim, poderá ponderar e fazer a sua decisão. Utilizar o seu livre-arbítrio e escolher a Luz.
Sim, porque o ser só desce para escolher subir.
E o ser em evolução irá harmonizando os opostos, neutralizando-os, e criando Luz com essa neutralização.
E a escolha da Luz vai fazer com que emane mais Luz. E essa emanação deixará a densidade cada vez mais distante e cada vez mais irá emanar e atrair Luz.
Até que um dia a jornada dual, por anulação da densidade, terá fatalmente que terminar.
Aí o ser voltará aqui para cima de vez, com a consciência ainda mais ampliada pela Luz que soube escolher no meio da densidade e que o trouxe definitivamente para o Céu, invariavelmente a sua casa.