Nós vivemos o nosso dia a dia completamente dispersos. Temos muita coisa para fazer, temos muitas coisas que pensar, temos muita informação para olhar para fora de nós, estamos sempre com a cabeça a mil, pensando em mil coisas ao mesmo tempo e, na realidade a nossa energia ressente-se disso.
Um dia eu estava meditando e Jesus disse “Vamos hibernar”. Não percebi muito bem o que era isso. Ele explicou. Os animais hibernam. Há animais que hibernam metade do tempo, 6 meses por ano. E isso tem a ver com a consolidação da sua energia, isso tem a ver com conseguirem estar dentro de si, consigo, com a sua presença, com a sua energia, metade do tempo, que estão com os outros. Isto é, estão o mesmo tempo fora de si e o mesmo tempo dentro de si.
O ser humano, não vou dizer que deveria ficar o mesmo tempo mas deveria haver um exercício de hibernação. Isto é, em que a pessoa volta para si, volta para dentro de si, volta para a sua energia, para as suas coisas, para as suas sensações, para as suas emoções, para a sua vibração. E quanto mais tempo ela consegue ficar nesse lugar, nessa hibernação, mais forte é a sensação do “eu”, mais forte é a sensação de que eu sou alguma coisa que não consigo ser quando estou fora, quando estou com os outros por exemplo, quando estou na sociedade. E quando eu consigo hibernar um tempo, depois eu volto para a sociedade, ou volto para os outros, com uma força espiritual tremenda, uma força energética tremenda. Porque a partir daí muito menos coisas me irritam, muito menos coisas…por quê? Porque a minha capa de identidade é tão forte, energética, que a identidade dos outros, isto é, a energia dos outros já não penetra.
Inclusive a pessoa iria começar a aprender, por exemplo ela faz este exercício meia hora, todos os dias, e depois vai aprender a fazer só um pouquinho. Por exemplo, está esperando numa fila no supermercado, ela fecha os olhos e hiberna ali um pouquinho. Isto é, ela vai tomando “shots” de “eu”, não é? Vai tomando quase que umas injeções curtas mas que vão repondo a energia durante o dia, enquanto o dia passa. E é óbvio que, cada vez mais ela vai sentir falta disso, é um ciclo vicioso também, positivo, cada vez mais a pessoa vai sentir falta dela própria, cada vez mais vai hibernar, e cada vez mais vai ter constantemente essa energia trabalhada.