Quando uma pessoa é confrontada com a insegurança, agressão, falta de controle, impotência, o que ela faz?
Fragiliza-se, chora, faz o luto e limpa, como tenho ensinado todos estes anos? Não. Ela ataca. Ataca e dispara um gatilho. E normalmente, quando ela dispara o gatilho, está ativando um dos seus karmas. Pode disparar o gatilho do poder, pode disparar o gatilho da raiva, da revolta, da vitimização, da manipulação, do controle, da culpa, do apego, isto é, ela dispara o gatilho do que veio nesta vida resolver. Do que veio limpar.
É muito curioso, as pessoas quando estão perto do abismo, ativam as suas emoções mais baixas, as energias que trazem de Vidas Passadas, frequências vibratórias que vieram limpar. Só que a maior parte delas, em vez de compreender este processo, considera que essas explosões são apenas um traço das suas personalidades. Não se colocam em causa. Não se questionam:
– “Mas eu sou mesmo esta pessoa que grita, que se enraivece, que manipula?”
A pessoa tem tanto medo de encarar o fato de que doeu, magoou, que prefere fazer-se de forte. Grita, esperneia. Chama o seu personagem de Vidas Passadas mais resistente para defendê-la, torná-la imune.
Ali, no momento, pode até ganhar. Mas é claro que a médio prazo acaba por atrair mais dor ainda. Mais violência. Em vez de aproveitar ter atraído toda essa dor para precisamente processá-la, para tirá-la de lá, para mudar a frequência vibratória do seu peito, não. Ela dispara o seu gatilho, o seu Karma, e alimenta mais um pouquinho aquele poder, aquela vitimização, aquele controle, etc.
E ao alimentar essa violência interior, está colocando mais violência no seu peito, para depois emanar mais violência... e continuar atraindo cada vez mais violência.
E a violência que tem no peito cresce muito... e as coisas que atrai, as circunstâncias que atrai também crescem muito, aumentam de tamanho, aumentam de intensidade.
E a vida começa a enviar dores maiores, cada vez maiores. Maiores que os bloqueios criados para fugir das dores. Maiores que os gatilhos. Maiores que o Karma. Às vezes até maiores que a própria vida. Para que a pessoa perceba e pare definitivamente de lutar.
E é só quando já não aguenta mais, quando a vida chega ao máximo conflito, é que ela finalmente perde a resistência. Rende-se. Cai. E é nesse preciso momento absolutamente transformador que ela tem a grande oportunidade de se entregar. De aceitar ajuda, de pedir proteção. De parar de lutar, de “querer”. E aceitar que a sua energia é uma força inteligente, e que se não lutarmos, ela sabe para onde tem que nos levar.
Essa é a hora de escolher a Alma. Mudar de estratégia. Chamar a energia. Escolher a verdade. Ir ao fundo do poço buscar tudo o que está lá enterrado, para encarar, fragilizar, chorar, fazer o luto e limpar. Fazer o processo exato que combinou na nuvem, antes de ter descido para esta jornada terrena. Que iria lutar, revoltar-se, “querer”. Ah, ia “querer” muito, e colocar muita força nesse “querer”. E que por mais que a vida não desse, ela ia insistir e insistir. Até que um dia, depois de muita luta, muita derrota, iria finalmente compreender que o caminho não era por aí, e depois de séculos de hesitação, iria escolher olhar definitivamente para a Luz.