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Karma e Vidas Passadas / 08 ago 2023

Amor de vidas passadas

O amor de vidas passadas é assim: imagine que você está numa montanha russa. No início está cheio de expectativa, achando que foi a melhor escolha entre todas, a experiência vai ser incrível! De tantas diversões que tem o parque, esta é com certeza a que lhe vai trazer as maiores sensações. Que vai fazer com que as suas emoções fiquem quentes, e encha o seu corpo de adrenalina. Que mesmo que seja muito forte, você vai terminar a viagem completamente revigorado e com aquela sensação inexplicável de que valeu a pena.

Quando o carrinho da montanha russa começa a subir, você percebe que a coisa é mais complexa do que parecia no início. Mais complexa e mais profunda. A subida é imensa, você começa a ver toda a vista dos arredores, uma vista magnífica! A sensação de estar lá no alto, de ser o rei do mundo é incrível! Parece que a implacável lei “tudo o que sobe tem que descer” nao se aplica aqui, e que esta sensação de uplifting nunca vai terminar. 

Mas essa sensação dura pouco. Logo logo você começa a perceber que a coisa estabilizou e que uma grande descida vem por aí. São pequenos toques, pequenos estremecimentos no caminho que denotam que aquele delírio bom tinha os seus dias contados.

Até que em determinado momento, do nada, aparece a descida. Mas é uma senhora descida! “Eu nem tinha percebido que tinha subido tanto!” “Havia assim tanto para descer?” 

 

O amor de vidas passadas é exatamente assim.

No início tudo é maravilhoso.

A sensação de proximidade, de intimidade estabelece-se num instante. A sensação de voltar para casa, de que alguém finalmente nos entende, é mágica. Mas normalmente dura pouco. Este relacionamento vai do 8 ao 80 num piscar de olhos. Logo começam as discussões, os ciúmes, o controle e o apego. Parece que já namoram há séculos - o que não deixa de ser uma verdade. A queda da montanha russa faz-se de uma forma abrupta. Até dramática. 

Pela rapidez em que o processo se dá, a desilusão é enorme. Muita tristeza. Às vezes até rompimento. Mas a viagem na diversão mais procurada do parque está longe de ter acabado. 

Logo a seguir à descida do carrinho, quando os ânimos estão no seu limite, quando o cortisol corre nas veias que estão agora exclusivamente dedicadas a gerir o stress, apresenta-se, subitamente, uma nova subida. 

É quando o casal cai em si. Percebe que a vida sem o outro não faz sentido, aquela subida foi tão fantástica, porque não nos dedicamos a viver de subidas, e encerramos o capítulo das descidas abruptas. É nesta hora que cabe o “meu Deus, o que fui fazer”, “desculpa meu amor”, “ eu não vivo sem você” e assim por diante.

E a montanha russa faz jus ao seu nome e voltamos a subir.

Para, inevitavelmente, voltar a descer logo ali à frente.

A diferença entre uma montanha russa e um amor de vidas passadas, é que enquanto a primeira, apesar de intensa, termina em alguns minutos, o segundo pode demorar anos. Pode durar uma vida. E pode esgotar os recursos emocionais dos intervinientes se não for compreendido, corrigido e otimizado. 

 

Regressão: Amor de outras vidas

Mas o que é, então, uma amor de outras vidas? Como o próprio nome diz, é uma memória de um amor lá de trás. Um amor que numa vida passada até pode ter corrido bem, mas que na maior parte das vezes acabou mal. 

Imagine que numa vida passada - um casal muito apaixonado descobre que ela tem uma doença incurável

Ela morre. Ele fica o resto da vida prostrado, e acaba morrendo muitos anos depois com uma tristeza sem fim. 

Nesta vida quando se conhecem logo acontece o flash! Assim que se encontram a ligação é fortíssima. Conversam como se se conhecessem desde que o tempo foi inventado. As saudades são tantas... Querem estar sempre juntos, o apego é enorme. Imagine que ela lá atrás é um “ele” nesta vida e vice versa. Cada vez que ele sai, ou viaja, ou passa uns dias mais desaparecido devido ao trabalho, ela fica prostrada, incapaz de reagir. Por mais que tente fazer a sua vida, independente como sempre foi, pura e simplesmente não consegue. Só pensa nele e sente um aperto no coração cada vez que ele sai. Um aperto de morte.

E como na outra vida sofreu muito pela morte da parceira, nesta vida cada vez que ele tem que se ausentar, começa a fazer umas cenas incríveis. Como se pura e simplesmente nao quisesse que ele tivesse vida. Ele por sua vez, como na outra vida apenas morreu, não chegou a viver a perda, a falta, tem saudades mas não compreende esta obsessão. E começa a criticá-la como se o apego, a dependência emocional que ela tem dele fosse controlável. Fosse evitável.

Porque apesar do véu do esquecimento não nos deixar lembrar dos eventos, não há véu para as emoções.

Por mais séculos que passem, uma emoção nunca se esquece.

 

Reconhecer um amor de vidas passadas

Como se reconhece um amor de vidas passadas? Primeiro a montanha russa. Os altos são muito altos e as quedas são muito abruptas. Não conseguem viver juntos. Pois bem, separam-se. Depois não conseguem viver separados. Pois bem, voltam. E esta montanha russa emocional provocada pelas memórias de vidas passadas vai desgastando de tal forma que o fim pode acabar sendo dramático.

 

Encontro de almas

E como fazer para reverter este processo? Como fazer para que o amor de vidas passadas seja um encontro de almas que se reencontram de tempos em tempos para fazer evoluir as suas energias, para caminharem juntas e felizes nesta jornada linda chamada vida? 

Há esperança para o amor de vidas passadas? Há possibilidade de resgatar o melhor de lá de trás, a alegria, a ligação, a cumplicidade, sem que os traumas tomem a frente?

 

Alma gêmea de outra vida

Almas gêmeas são almas com um tremendo repertório de cumplicidade. Apesar de provavelmente não ser verdade a teoria de que uma alma lá atrás se dividiu em duas e que agora são duas pessoas destinadas a amarem-se para sempre - porque se assim fosse a multiplicidade de experiências que a vida nos propõe com a várias almas que cruzam o nosso caminho seria anulada.

Mas sim, são energias companheiras que trazem um propósito devida semelhante ou complementar e que beneficiam muito em conseguirem superar as memórias de dor para poderem partilhar experiências e de mãos dadas voar rumo à evolução.

 

Karma do amor

Uma karma é uma dor não chorada - de uma vida passada. Não foi feito o luto. Um karma de amor é uma dor de amor, lá de trás que não foi libertada, que mora em nós e vaza de vida para vida.

Limpar um karma de amor é conseguir chorar essa dor. 

Então porque é que aquele casal - o tal que a mulher morre e ele vive o resto da vida prostrado - se encontra nesta vida? Para poderem chorar tudo o que ficou por chorar, sentir tudo o que ficou por sentir, em nome de poderem viver juntos desta vez, matar as saudades imensas que sentem, e conseguirem zerar o trauma passado. 

Se não acessarem essa dor, processarem, drenarem, irão viver a experiência da montanha russa para sempre, até voltarem a se perder nesta vida e duplicar a dor a ser resolvida numa vida futura.

Mas se conseguirem compreender o propósito de tão mágico encontro, irão viver uma vida incrível, com a sensação profunda, estalando no peito, de que tocaram na fonte da vida e fizeram com que tudo valesse a pena. 

E como diz Cesare Pavese “O amor tem a virtude, não apenas de desnudar dois amantes um em face do outro, mas também cada um deles diante de si próprio.”


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Alexandra Solnado
Alexandra Solnado

Alex Solnado é a autora portuguesa na área da espiritualidade com maior projeção mundial. Como nunca foi religiosa, o seu desenvolvimento espiritual acabou por passar por outras vias. Estudou Astrologia Kármica, Ciência Esotérica e Meditação. Em Março de 2002 numa Meditação, Jesus apareceu. Disse que tinha muita coisa para dizer, se ela estava disposta a escrever. A partir daí começam as mensagens… até hoje.

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